O vereador Vinícius Aith (PRTB) participou esta semana, ao lado do prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) e de autoridades, do ato de substituição de livros paradidáticos, adquiridos pela administração passada para estudantes da Rede Pública Municipal, cuja inadequação do conteúdo, de cunho sexual e ideológico, foi confirmada por equipe técnica da Prefeitura, diante de denúncia ao Executivo por parte do vereador, que criou ainda uma CPI na Câmara para analisar as circunstâncias da compra do material.
Ao todo, 1.586 exemplares com o título “No meu corpo mando eu” foram substituídos por “O Pequeno Príncipe”, clássico da literatura mundial, traduzido para mais de 280 idiomas; e, de acordo com o prefeito, haverá ainda a troca de outros 100 mil livros, também considerados inadequados por várias razões técnicas, Já havendo um projeto de distribuição e uso dos exemplares aprovados, que serão entregues às unidades de ensino do Município.
A denúncia – O vereador chegou até os exemplares, no início do ano, através de uma denúncia de que mais de um milhão de livros estavam armazenados em caixas, na Arena Multiuso de Sorocaba. “Para a nossa surpresa, o material havia sido adquirido nos últimos dias de mandato da ex-prefeita, sem nenhuma divulgação, nem planejamento de uso e distribuição”, observou Aith.
O parlamentar oficiou o Executivo sobre a existência do material e acabou descobrindo ainda que, entre os livros, com indicação de faixa etária infantil, havia pelo menos mil exemplares com conteúdo sexual e ideológico, além de linguagem considerada inadequada para a utilização nas escolas.
A CPI encabeçada pelo vereador irá investigar ainda o motivo da antiga administração ter gasto cerca de R$ 29 milhões e não ter utilizado o desconto de 38%, cabível em contratos com material da FDE (Fundação para desenvolvimento em Educação), o que representou R$ 3,1 milhões a mais dos cofres públicos na negociação.
Outro detalhe que também chamou a atenção de Vinícius Aith dizia respeito à quantidade de livros, já que a Rede Pública Municipal de Ensino conta com cerca de 80 mil alunos e o lote corresponde a 12 exemplares por aluno. “Não entendemos por que esse dinheiro não foi investido responsavelmente em monitoramento e manutenção das escolas, por exemplo”, reclamou.