Esta foi a segunda reunião do chefe do Executivo sobre a transferência do SOS para outro bairro e um novo prazo foi estabelecido.
Em reunião realizada na tarde desta terça-feira (19), no gabinete do prefeito Rodrigo Manga (Republicanos), o vereador Aith (PRTB), cerca de 60 moradores e comerciantes do bairro Vila Rica e adjacências questionaram o chefe do Executivo sobre o processo de mudança do SOS (Serviço de Obras Sociais) da região do Ceagesp, na zona oeste da cidade.
Esta foi a segunda reunião do vereador – que já esteve várias vezes na vizinhança do SOS – com a comunidade e o prefeito para tratar sobre o tema. No primeiro encontro, em abril deste ano, Manga havia dado um prazo de dois meses para atender ao apelo da comunidade e alugar um espaço temporário para transferir o serviço, até que o Município consiga com o governo estadual a doação de um imóvel definitivo.
Durante a reunião, Aith ressaltou que apesar da saída do SOS do Vila Rica não depender apenas da boa vontade do prefeito, é necessário um esforço maior para que a comunidade possa ter uma vida digna no bairro e cobrou um novo prazo ao chefe do Executivo.
Manga afirmou que a mudança é uma determinação do seu governo e explicou que já conseguiu remanejar recursos para alugar um imóvel e que a dificuldade agora é encontrar um espaço compatível, num lugar em que não haja vizinhança próxima.
O prefeito relatou ainda que o Projeto de Humanização da Prefeitura tem identificado atualmente nas ruas uma média de 90% de usuários de álcool e drogas, sendo o restante resultado da desinstitucionalização de internações nos hospitais psiquiátricos.
Depois do posicionamento dos munícipes, em especial da dona Sônia Mebius – representante do Vila Rica – e da explanação de técnicos da Prefeitura, ficou acordado que os moradores irão aguardar mais um mês por uma solução efetiva e que poderão acompanhar o processo de procura e seleção de um imóvel para o SOS; além da garantia de reforço imediato da segurança no bairro.
O problema – Há mais de duas décadas o Vila Rica abriga o prédio do SOS (Serviço de Obras Sociais), que acolhe andarilhos de toda a cidade e até provenientes de outros municípios, onde tomam banho, comem, podem pernoitar por alguns dias, retornando às ruas no período diurno.
O problema é que essas pessoas, homens e mulheres, não têm ocupação, permanecendo no entorno do SOS o dia inteiro; muitos deles montam acampamento e dormem embaixo de marquises dos comércios na Rua Luiz Mendes de Almeida, tornando o bairro um local difícil e perigoso de frequentar.
Ainda de acordo com os moradores, além da insegurança, diante de furtos e ataques a pedestres – que ocorrem com frequência – os moradores em situação de rua promovem muita sujeira, despejando nas vias restos de comida e de outras doações que recebem todos os dias.
Os comerciantes afirmaram que também sentem o prejuízo da vizinhança indesejada, relatando furtos diários, além da imagem negativa dos andarilhos em frente às suas lojas; situação agravada pelo consumo de álcool e drogas ilícitas em cada esquina à luz do dia, gerando comportamentos agressivos.
Ocorrências de ataques com facas, pessoas nuas ou seminuas e constrangimento por utilizar as vias como banheiro e até como motel, são atribuídas pela comunidade à presença do SOS no bairro, o que, reforçam os moradores: não resolve o problema de pessoas em situação de rua; apenas agrava e atrai marginais e desocupados de Sorocaba e da região para o local.