Indignado com à maneira desrespeitosa como a médica oncologista e imunologista Nise Yamaguchi foi tratada durante participação, como convidada, na CPI da Pandemia, no Senado Federal, no dia 1º de junho, o vereador Vinícius Aith (PRTB) protocolou uma moção de repúdio que será votada pelo Legislativo Municipal.
No documento, o parlamentar argumenta que a – profissional, com 62 anos de idade, dos quais mais de 40 dedicados à Medicina, foi à CPI da Pandemia participar como convidada, para explicar seu entendimento, uma vez que é uma das milhares de profissionais que defendem o uso do medicamento cloroquina e do tratamento precoce da Covid-19.
Aith ressaltou ainda que, apesar de ter comparecido à sabatina dos senadores para colaborar com os trabalhos, a médica passou por momentos de constrangimento, dada a falta de respeito com a qual foi tratada, em especial, pelo o senador Otto Alencar (PSD-BA), que chegou a perguntar à especialista, em tom jocoso, se ela sabia “o que é um protozoário e o que um vírus”.
O senador também interrompeu repetidas vezes as falas da convidada e, ao fazer um questionamento sobre infectologia, chegou a afirmar que a médica “não sabe nada” sobre o assunto. Serena, a especialista reagiu dizendo: “Estou sendo colocada em xeque com relação às minhas condutas médicas”, numa menção à falta de distinção de alguns anfitriões.
O vereador lembrou que a Dra. Yamaguchi presidiu a Sociedade Brasileira de Cancerologia (1997 e 2000), que atualmente é diretora-presidente do Instituto Avanços em Medicina, em São Paulo, especializado no tratamento de câncer, e que entidades como o CREMESP e o Conselho Federal de Medicina (CFM) – legítimo representante de mais de 530 mil médicos com registros ativos no País – saíram em defesa da médica.
O CRM lamentou “que esses médicos chamados a depor estejam sendo submetidos a situações de constrangimento e humilhação. Ao comparecer na CPI da Pandemia, qualquer depoente ou testemunha tem garantidos seus direitos constitucionais, não sendo admissíveis ataques à sua honra e dignidade, por meio de afirmações vexatórias”.
“Em consideração à dedicação e à bravura dos médicos, que atuam arriscando suas vidas em defesa da nobre missão de cuidar dos doentes, não podemos admitir, tão pouco considerar natural, que políticos, muitos deles respondendo a processos por suspeita de participação em atos ilícitos, julguem a honra e a capacidade técnica de nenhum profissional da saúde”, alertou Vinícius Aith.